Relógio biológico – última parte

25 de Outubro de 2011 by Maria Radiante 15 comentários

O marido não conhece nenhuma das fábulas da minha infância. Ter filhos nestas condições é impensável! Diz que lhe vai contar as histórias do Hulk e dos outros super-heróis. Então e a Bela Adormecida e o Capuchinho Vermelho e o Pinóquio e o Peter Pan e o Pedro e o Lobo? Estamos muito mal que isto não está nada certo!

Estávamos nós a ver o primeiro episódio da série Once Upon a Time que começou ontem nos Estados Unidos e na primeira ou segunda cena aparecem os sete anões de volta do caixão da Branca de Neve e chega o Príncipe Encantado para beijar a jovem e trazê-la de volta à vida, tudo romântico e fabuloso e apercebo-me que eu e o marido vivemos os mesmos anos de infância em planetas diferentes!

Ora, um filho vai ter de ver coisas apropriadas à idade e  é claro que vai levar com a Branca de Neve e os Sete Anões, com a Cinderela, com tudo a que tem direito! E pelos vistos também vai levar com o Hulk e com o Super Homem e com o Batman e por aí fora, mas as fábulas ajudam as criancinhas a personificar o bem e o mal e ajuda-os a ajustar comportamentos, por muito que eu goste do Wolverine, ele não é um bom exemplo para uma criança em formação! Já pensaram? Pior! O Homem Aranha!!! Ainda apanho a criança a tentar atirar-se de um prédio abaixo para ver se as teias funcionam!!! Ou então, quando for para a escola e começar a bater nos coleguinhas ao mesmo tempo que diz “Hulk esmaga!”? O que é que eu faço depois? Vou ser chamada pelo Diretor de Turma, e quero saber o que é que lhe respondo…

Claramente, é uma questão a pensar e ponderar muito bem, pois para além de eu ter medo de fraldas sujas, para além de não ter espaço no segundo quarto e porque o governo não quer que ninguém tenha filhos, para além de tudo isto, o marido não sabe contar histórias das de encantar. Resumindo, ainda tenho de lhas contar a ele primeiro.

E pronto, foi o capítulo final do relógio biológico que andou na berlinda durante três dias seguidos e agora já chega de falar de putos. Ihihih!