Maria Radiante


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Sobre o jantar no Panteão 

Começo por dizer que anda tudo muito indignado por se ter jantado no panteão…

Decidi quebrar o meu interregno aqui na Radiante para vos perguntar: mas que raio é que as pessoas têm a ver com isso? Tiveram de preparar a comida? Pôr a mesa? Levantar os pratos? Lavar a louça? 

Digo-vos uma coisa, se não há nada mais interessante para fazer do que discutir se as gentes do web summit comeram ao lado do Eusébio e da Amália (que a maioria não sabe de mais ninguém que lá esteja), avisem-me que eu arranjo um balde e uma esfregona para me virem esfregar o chão.

Que coisa. Olhem, atirem-me pedras também a mim, mas eu gostava de jantar com o Garrett e com a memória do Camões. E se ainda por cima fosse um menu do meu agrado e de borla era a primeira da fila.

Vou já mas é cortar já os pulsos a ver se sou aceite no panteão mais depressa.


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Lista de coisas que odiei em Marrocos

Começo por dizer que gostei muito de Marrocos, mas há meia dúzia de coisas que odiei e não pretendo voltar.

1- O hotel disponibilizava pranchas de surf. O senhor decidiu que me ia recusar, em primeiro lugar porque dizia que não havia ondas (e que não houvesse!!!), em segundo porque estava vento (certo, em Matosinhos no inverno nunca há vento) e, como continuei a insistir, em terceiro porque eu ia causar acidentes com a prancha. Tem razão, já parti o nariz com a prancha. Desisti. O marido pediu no dia seguinte. Ninguém lhe disse que não havia ondas ou que havia vento ou que ia causar acidentes… mas olhou de lado quando pediu uma segunda prancha para mim…

2- O guia da excursão mentiu-me. Disse que era tranquilo ir para a praia, e que mesmo sozinha estaria tudo bem. Fui com o marido e lembrei-me de ir à água sozinha. Que grande erro. Sou uma miúda gira e estou habituada ao piropo do tuga, não estava, de todo, preparada para isto. Era ver-me a fugir de volta para a espreguiçadeira. Pergunta o marido: “a água está fria?”. Responde a Radiante: “não, tem homens que falam comigo e eu não quero falar com eles.”

3- O lixo. Por toda a parte. No hotel, tudo ok, fora…

4- Não havia aveia no pequeno almoço.

5- A maneira como tratam os animais. Ponto. Nem me vou alargar, porque não quero. Queria trazê-los todos comigo.

6- O cheiro (em muitos sítios), o muito mau cheiro. E eu dificilmente sinto cheiros!!!

7- A música na piscina…

8- Não tenho, de todo, problemas com burkinis, mas a roupa na água… não.

9- Que me agarrem sem me conhecerem para me venderem coisas. Já em situação normal gosto pouco que me toquem; completamente fora da minha zona de conforto, é só não, por favor.

10- Não poder fazer o que gosto de fazer nas ferias normalmente. Passear a pé. O marido odeia andar, mas eu gosto. Depois dos dois primeiros dias a minha coragem desapareceu…


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Marraquexe – o dia seguinte

Podia contar-vos sobre Marraquexe, mas prefiro contar-vos o depois. 

O depois começou logo na viagem de volta…

Detesto andar de autocarro e tantas horas enfiada num, não podia correr muito bem. Eu enjoo, fico mal disposta, de mau humor, irritada e sem paciência para nada.

Fiz um amigo chamado Santiago que veio a conversar comigo durante horas porque, claramente, quando temos quatro ou cinco anos ainda não sabemos o que é não gostar de pessoas e acho que ele gostou um bocadinho de mim, até me disse que me ia mandar um convite para a festa com o homem-aranha… mal ele sabe que o homem-aranha me irrita… não tive coragem para lhe dizer…

Adiante, cheguei ao hotel e os meus níveis de irritação continuaram a subir, porque, claramente, pessoas.

Fui dormir com o estômago às voltas e depois descobri que nem o raio do código da net funcionava… não há Spotify para ninguém, nem episódio da Beatriz Gosta, nem coisa nenhuma. Fui ver os vídeos dos meus cães que tenho na pad… ainda para mais tenho saudades do meu cão com rastas e da minha cadela depenada…

Dormi que nem um pedregulho e comecei o dia antes do despertador. Acordei às 7h29 da manhã… tinha tudo para correr mal…

Vamos lá tentar a password da net outra vez. Nop. Não funciona mesmo. Ok. Respiremos, não é o fim do mundo (é, sim.).

Decidi ir comer e pensar depois. Doía-me muito a cabeça, devia ser fome. Pão bem torrado que o estômago não aguenta muito mais…

Passei na recepção, deram-me um código novo que, pasmem-se, não funcionava…

Fui tomar a cortisona que já não aguentava mais ouvir “faz a bomba que estou cheio de te ouvir com pieira!”, mimimi, blablabla, coisas e cenas… mais um prego para o caixão, se há coisa de que me orgulho é de ter deixado a maldita da cortisona e ter de a tomar deixou-me ainda mais mal disposta…

Lógico que fui buscar outro código para a internet. Este funcionava, mas não nas espreguiçadeiras que marido escolheu… a sério??? Pior, ele decidiu que queria sombra… certo, abre-se o guarda-sol, mas fico eu na sombra também… por favor, preciso que algo corra bem, já não dá mais. Respira, Radiante.

Decidi ir ler… já acabei o primeiro livro, vamos para o segundo… e splash! Surpresa, água por toda a parte. Olha, a piscina tem crianças… é neste momento que a seguinte frase se torna adequada:


Ok, na piscina tem crianças… mas hoje não me apetece fazer amigos de cinco anos. Decidi ir à água, não quero entrar ao pé da miúda, por isso dou a volta e vou pelo outro lado… splash. Veio atrás de mim… ok, “respiro fundo e lembro-me da força”, não estou com muita paciência e estou prestes a ser má em francês. Dou outra vez a volta… splash. Ó pá, não quero ser tua amiga, “deslarga-me” .

Eu saí da água, a minha arqui-inimiga de cinco anos também saiu. Estava sentada na espreguiçadeira ao lado da minha… 

Desisto de viver. Vou mas é escrever para o Maria Radiante… fico sem bateria na pad a meio do post.

Olhem, m€rda. Vou comer a ver se me passa o tau.