Maria Radiante


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Os meandros da saudade

Ia pôr o post no lado b, porque é mais sombrio, mas é de irritação na mesma, por isso vai aqui.

Ora que hoje faz um ano que morreu o senhor Angélico (não, não vou gozar com ninguém, muito menos com quem já cá nem está, não se preocupem) e vejo por toda a parte manifestações de apreço pelo rapaz, mas quando a coisa chega aos cúmulos, é quando me começa a fazer comichão e eu tenho de deitar cá para fora.

Ó minha gente “Eterna saudade”??? Como assim? Os familiares e os amigos, esses sim, terão eterna saudade, agora uma pita que nunca o viu na vida a não ser no “Morangos” a interpretar uma personagem, tem eternas saudades de quê? Dos momentos que não passou com ele? Só se for!!! E pelo meu amigo-inimigo facebook a quantidade de homenagens que já vi hoje até mete dó. É deixá-lo em paz, minha gente. “Faz um ano que a minha vida está mais vazia”. Ó amiga, ponto número um, já tinha idade para ter juízo, ponto número dois, liga o cd que já passa a ficar preenchida de novo, ou põe o dvd dos “Morangos” que dá no mesmo.

Já, quando nos anos 90, morreu o Kurt Cobain, houve um monte de gente a suicidar-se também e isso para mim é uma grandessíssima idiotice. Então mas que raio de ligação é que as pessoas estabelecem com perfeitos desconhecidos, que dá nisto? Caramba, até posso ficar triste quando morre alguém por quem nutria alguma simpatia, mesmo não conhecendo, mas não vou (muito menos um ano depois) expressar a minha “eterna saudade” no facebook por indivíduos que não conheço de lado nenhum. Chateou-me que o Michael Jackson tivesse morrido, porque apesar de todas as suas excentricidades, o senhor era um génio na sua área. Chateou-me que tivesse morrido o Miguel Portas que considerava exemplar, mas na verdade, não o conhecia e até podia ser um matreiro de primeira. “Eterna saudade”? Sinto dos meus. Esses não são meus, bolas. E o Angélico era dos dele. Não era dos que não o conheciam de lado nenhum.