Maria Radiante

Música de carrinhos de choque

7 comentários

Com os anos 90 e a minha adolescência, apareceram as idas às festas populares com a amiga que eram muito mais interessante do que ir com os pais e os tios e os avós. E é claro que adolescente que é adolescente tem a mania que sabe conduzir e vai diretinho para os carrinhos de choque, mas a coisa acarreta alguns problemas: adolescente que é adolescente é impulsivo porque tem as hormonas aos saltos, não sabe conduzir e mesmo que saiba, não tem maturidade suficiente para o fazer, acha que se a coisa se chama “carrinhos de choque” significa que é mesmo para chocar e no fim sai de lá com umas belas de umas nódoas negras, mas com o orgulho no máximo porque acabou de vencer uma grande batalha. Mas mais do que tudo isto, os carrinhos de choque têm outro problema grave, a música que lá passa.

Podemos estar a pensar na morte da bezerra e não ver uma única festa do género em lado nenhum e nem sequer ser altura delas que quando ouvimos o género da musiquinha identificamos de imediato que é a música dos carrinhos de choque.

E foi isso que me aconteceu hoje na Fnac. Estava descansadinha da vida a passear-me na secção da literatura estrangeira – não traduzida, claro -, de volta do The Melancholy Death of Oyster Boy, do Tim Burton, que já há anos está na minha mira, quando ouço uma música qualquer vinda de um jogo novo onde se dança e que estava lá em exibição. O meu cérebro entrou de imediato em modo automático e saiu-me no pensamento – ainda bem que não verbalizei -: “Mais uma moedinha, mais uma viagem. Menina bonita não paga, mas também não anda.”. É incontrolável. A música típica dos carrinhos de choque cola-se à nossa memória e funciona como Pavlov defendia com a experiência do cão. Se tocarmos uma campainha e dermos comida a um cão e o repetirmos, ao fim de algumas vezes, mesmo sem comida, o cão quando ouve a campainha vai salivar porque associa o som ao ato. É o que me acontece quando ouço estas músicas – que são sempre muito más, diga-se de passagem -, não começo a salivar – óbvio! -, mas o meu pensamento remete de imediato para a voz que se ouve por cima da música. Até me esqueci que tinha o livro na mão de tão absorvida que estava. E de repente acordei para a vida – finalmente! – e continuei a namorar livros, ainda tentei cravar o marido, mas como eu quero sempre muitos ele nem os memoriza para depois mos oferecer. Eu não tenho culpa, hoje até só queria ter trazido seis… pouquinhos, não?

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7 thoughts on “Música de carrinhos de choque

  1. Por acaso não foi na FNAC do marshopping pois não? 😛 é que aconteceu-me a mm coisa… mas EU verbalizei 😛 disse isso ao meu namorado.. “maaaais uma moedinha, maaaaaais numa voltinhaaa” 😛

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    • não, foi na do norte, mas a música deve ter sido exatamente a mesma!!! eu estava sozinha no corredor, se tivesse verbalizado o senhor que estava lá ao lado ia achar que eu era tolinha, não que estivesse completamente errado… 🙂

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  2. FAIL, mais uma voltinha, mais uma moedinha!!!!! ai

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  3. Não sei que memórias são essas ou em que carrinhos de choque vocês andaram… mas nos meus eram fichinhas… “Mais uma fichinha mais uma voltinha, criança não paga mas também não anda!” 😀

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